quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Você já participou de algum duelo?

O duelo figura na História da Humanidade como uma prática violenta e injusta.
Por muito tempo, as legislações admitiram esse genuíno resquício da barbárie.
Ele consistia na exaltação do mais desmedido e descontrolado orgulho, embora travestido de honra.
Sua lógica era a de que a honra se lavava com sangue.
Entretanto, o homem verdadeiramente honrado não precisa matar ninguém, a fim de atestar essa sua qualidade.
A honra é um atributo espiritual de quem cumpre todos os seus deveres, inclusive os de humanidade.
E é desumano matar alguém, por mais grave que seja a ofensa recebida.
Quando se admitia o duelo, era considerado prova de coragem dele participar.
Na verdade, tinha-se apenas exibicionismo social e arrogância, sem qualquer preocupação ética.
O duelista treinado não passava de um homicida.
Ele se lançava na empreitada ciente de sua supremacia.
Já o que aceitava o desafio sabendo-se em desvantagem cometia suicídio.
Ambos violavam os Códigos Divinos.
Teriam tempo de se arrepender do orgulho a que se entregavam.
Essa prática infeliz deixava viúvas e órfãos, por cujas dores e provações os duelistas no futuro responderiam.
Lentamente a legislação humana evoluiu.
Hoje não mais se admite o duelo.
Entende-se que a honra não se conquista ou se mantém à custa de homicídios ou suicídios.
Mas a criatura humana é sempre herdeira de suas más inclinações.
Antigos hábitos do passado espiritual não desaparecem com facilidade.
Orgulho, arrogância, prepotência, egoísmo, ódio e ressentimento são vícios que ainda pesam fundo na economia moral da Humanidade.
Esses sentimentos cruéis são a herança do que se viveu no pretérito remoto.
Superá-los é o dever de todo homem comprometido com ideais de paz e redenção.
Como visto, hoje não há mais duelos de vida e morte.
Mas as criaturas permanecem se digladiando por bobagens.
Embora não armados, tais confrontos permanecem bastante nocivos.
Eles tiram a paz e semeiam tragédias.

No lar, no ambiente de trabalho, no meio social, os indivíduos se melindram, com grande facilidade.
Ao invés de conversarem e acertarem as diferenças, cultivam mágoas e ódios, à semelhança de tesouros.
Tão nefasto cultivo um dia explode na forma de violentas discussões.
Na falta de coragem para enfrentar o presumido opositor, não são raros os que lançam mão da maledicência.
Tornam a vida do desafeto um inferno, ao espalhar em torno de seus passos as sementes da desconfiança.
Onde ele antes via sorrisos e simpatia, passa a confrontar má-vontade e cara feia.
Há ainda quem duele mentalmente, desejando o mal àquele que supostamente o ofendeu.
Os pensamentos negativos por vezes atingem o destinatário, se este vibra em faixa equivocada e também se entrega a remoques.
Mas sempre empestam a atmosfera espiritual de quem os emite e geram mal-estar e enfermidades.
Ciente dessa realidade, preste atenção a como você reage a provocações e desentendimentos.
Saiba que há mais coragem e sabedoria em relevar do que em revidar as ofensas.
Cesse com o triste hábito de duelar e ofender e passe a perdoar e compreender.
Uma vida honrada é a melhor resposta a provocações.
Pense nisso.
Redação do Momento Espírita, com base
no cap. XVII, do livro Jesus e vida, pelo
Espírito Joanna de Angelis, psicografia
de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 12.02.2008.


Você já participou de algum duelo?
A pergunta parece um tanto fora de época, considerando-se como duelo a luta entre duas pessoas, com armas iguais, com o propósito de lavar a alma com o sangue do semelhante.
Sabemos que esse tipo de prática teve seu tempo, mas atualmente já foi banido da legislação dos países civilizados.
Todavia, se considerarmos o duelo como qualquer forma de combate, de desafio, duelo de idéias e entre tendências opostas, nossa pergunta tem muita atualidade.
Dizemos isto porque se fizermos uma análise mais profunda dos nossos pensamentos e atos, perceberemos que o duelo ainda faz parte do nosso dia-a-dia.
Quando queremos impor nossas idéias a qualquer custo, não respeitando a opinião dos outros, somos o protótipo do duelista, que quer vencer por força, mesmo que a arma empregada sejam as suas idéias.
Nas ocasiões em que nos reunimos para discutir e resolver problemas nem sempre estamos desarmados, e a maioria das vezes, fazemos do momento um campo de batalha.
Ao invés de haver harmonia com vistas a solucionar problemas, somando forças, colocamo-nos em posição de defesa e nos prevenimos para o ataque a qualquer momento.
Isso acontece até mesmo portas adentro dos lares. Quando o diálogo entre os familiares deveria ser fraterno e caloroso, os ânimos se inflamam e quase sempre acontece o enfrentamento, a disputa.
Uma outra forma de duelo é o da sonegação de informações, quando vemos no companheiro um adversário que poderá roubar o nosso cargo, a nossa posição, que julgamos mais importante para a empresa.
Ao invés de somarmos esforços para o bem geral, queremos deter mais cartas na manga para, no caso de uma avaliação do patrão, sejamos nós os escolhidos.
No duelo das aparências, então, as pessoas compram o que não precisam com o dinheiro que não têm, para exibir uma posição de aparente vantagem sobre quem consideram um concorrente.
Analisando sob esses e outros tantos aspectos, se nos perguntassem se já participamos de algum duelo, certamente a maioria de nós responderia que vive um duelo constante.
E o que impede a mudança dessa situação desastrosa é a cortina do eu, que se interpõe entre nós e a comunidade da qual fazemos parte.
É o alto muro do egoísmo que se coloca entre o egoísta e os interesses comuns.
É o espelho do orgulho que reflete somente a vontade do orgulhoso, mantendo-o numa atitude narcisista e caprichosa, pensando em ser sempre o melhor dos melhores, aquele que sempre leva vantagem, diz a última palavra.
Enfim, é o primeiro a sacar a arma e a abater seu adversário que, em realidade, é seu irmão, desejoso de uma oportunidade de crescer para Deus.
* * *
Em todos os passos da luta humana, encontramos a virtude rodeada de vícios e o conhecimento dignificante sufocado pelos espinhos da ignorância, porque, infelizmente, cada um de nós, de modo geral, vive a procura do "eu mesmo".

Redação do Momento Espírita, com pensamento final extraído do
cap. 101, do livro Fonte viva, pelo Espírito Emmanuel, psicografia
deFrancisco Cândido Xavier, ed. Feb.
Em 17.10.2008.

Quando precisamos aceitar uma circunstância que não foi planejada, o primeiro impulso que temos é o de ser resistente à nova situação.
É difícil aceitar as perdas materiais ou afetivas, a dificuldade financeira, a doença, a humilhação, as traições.
A nossa tendência natural é resistir e combater tudo o que nos contraria e que nos gera sofrimento.
Agindo assim, estaremos prolongando a situação. Resistir nos mantém presos ao problema, muitas vezes perpetuando-o e tornando tudo mais complicado e pesado.
Em outras ocasiões, nossa reação é a de negação do problema e, por vezes, nos entregamos a desequilíbrios emocionais como revolta, tristeza, culpa e indignação.
Todas essas reações são destrutivas e desagregadoras.
Quando não aceitamos, nos tornamos amargos e insatisfeitos. Esses padrões mentais e emocionais criam mais dificuldades e nos impedem de enxergar as soluções.
Pode parecer que quando nos resignamos diante de uma situação difícil, estamos desistindo de lutar e sendo fracos.
Mas não. Apenas significa que entendemos que a existência terrestre tem uma finalidade e que a vida é regida pela lei de ação e reação; que a luta deve ser encarada com serenidade e fé.
Na verdade, se tivermos a verdadeira intenção de enfrentar com equilíbrio e sensatez as grandes mudanças que a vida nos apresenta, devemos começar admitindo a nova situação.
A aceitação é um ato de força interior que desconhecemos. Ela vem acompanhada de sabedoria e humildade, e nos impulsiona para a luta.
É detentora de um poder transformador que só quem já experimentou pode avaliar.
Existem inúmeras situações na vida que não estão sob o nosso controle. Resta-nos então acatá-las.
É fundamental entender que esse posicionamento não significa desistir, mas sim manter-se lúcido e otimista no momento necessário.
No instante em que aceitamos, apaga-se a ilusão de situações que foram criadas por nós mesmos e as soluções surgem naturalmente.
Aceitar é exercitar a fé. É expandir a consciência para encontrar respostas, soluções e alívio. É manter uma atitude saudável diante da vida.
É nos entregarmos confiantes ao que a vida tem a nos oferecer.
* * *
Estamos nesta vida pela misericórdia de Deus, que nos concedeu nova oportunidade de renascimento no corpo físico.
Os sentimentos de amargura, desespero e revolta, que permeiam nossa existência, são frutos das próprias dificuldades em lidar com os problemas.
Lembremos que todas as dores são transitórias.
Quando elas nos alcançarem, as aceitemos com serenidade e resignação. Olhemos para elas como mecanismos da Lei Universal que o Pai utiliza para que possamos crescer em direção a Ele.
Busquemos, desse modo, as fontes profundas do amor a que se reporta Jesus que o viveu, e o amor nos dirá como nos devemos comportar perante a vida, no crescimento e avanço para Deus.
Redação do Momento Espírita, com base
no texto
Aceitação, de autoria desconhecida e com parágrafo final do
cap. 20, do livro
Terapêutica de emergência, por diversos Espíritos,
psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.

Em 9.10.2012.

Nathan sempre sonhara ser médico. A vida lhe pediu que desistisse de seu sonho.
Cedo precisou auxiliar a sustentar seus pais e irmãos. E cada vez seu sonho se tornava mais distante.
Décadas depois viu seu neto, pelo qual tinha um carinho especial, apresentar a mesma vontade.
Mas Nathan morreu quando o menino tinha apenas nove anos de idade. Aos 23 anos, Kevin mantinha o sonho sempre mais forte. Queria ser médico, curar as pessoas.
Como seus pais iriam pagar a faculdade era uma incógnita. O curso era muito caro. Eles eram corretores de imóveis e faziam o possível para fechar o maior número de negócios.
Certo dia, o pai de Kevin viu, no jornal local, o anúncio de alguém que queria vender uma casa.
Embora não costumasse entrar em contato com quem anunciava por sua própria conta, algo o fez telefonar.
Os donos tinham anunciado diretamente, desejando vender a casa, sem a necessidade de pagamento de comissão a corretores.
Mas acabaram marcando com o pai de Kevin uma visita para que ele conhecesse a casa.
Agendaram para a terça-feira. Quando Sherman falou com a esposa a respeito, ela o lembrou que ele tinha um compromisso anteriormente marcado.
Sherman ligou para os donos da casa e mudou a visita para a segunda, às quinze horas.
Mais tarde, eles tornaram a telefonar pedindo que ele fosse na segunda, mas pela manhã, às 11 horas.
Quando chegou ao local, Sherman descobriu que aquela casa tinha sido habitada pelos seus sogros, 15 anos antes.
Comentou isso com os proprietários mas, antes que continuassem a conversar sobre a estranha coincidência, a campainha tocou.
Era o carteiro.
Sherman ouviu o casal informar:
Não. Ninguém chamado Nathan Stein mora aqui...
Sherman se levantou rápido da cadeira e gritou: Era meu sogro!
Com as devidas explicações ao carteiro, conseguiu que a carta lhe fosse entregue, mediante assinatura de recebimento.
Era um informativo de um banco a respeito de uma conta corrente em nome de Nathan. Dizia que tal conta seria fechada em breve se ninguém a viesse reclamar, pois estava sem movimentação há anos.
O valor? Quinze mil dólares!
Sherman, sua esposa e seu filho tiveram, logo, a certeza. Fora Nathan que, de alguma forma, do mundo espiritual, envidara esforços para que ele estivesse lá, naquele momento.
Fui levado até lá no momento certo, disse Sherman. Meu sogro desejava que seu neto tivesse o dinheiro para pagar o primeiro ano da faculdade.
E a filha, mãe de Kevin, tem certeza de que seu pai que sempre cuidou dela, continua a cuidar até hoje.
* * *
A morte, de forma alguma rompe os laços do amor. Da espiritualidade, os nossos amores prosseguem a velar por nós.
Pais se esmeram no cuidado aos filhos que permaneceram na carne. Filhos, esposos, amigos têm os olhos voltados para nós, abençoando-nos ainda com seu afeto especial.
Com os Imortais aprendemos que os bons espíritos fazem todo o bem que lhes é possível. Sentem-se ditosos com as nossas alegrias.
Afligem-se com os nossos males, quando os não suportamos com resignação, porque então nenhum benefício tiramos deles.
Eles se compadecem dos nossos sofrimentos, como nos compadecemos dos de um amigo.
Assim, os bons Espíritos nos levantam o ânimo no interesse do nosso futuro.
Os parentes e amigos que nos precederam na outra vida, por nos votarem afeição, nos protegem como Espíritos, de acordo com o poder de que disponham.
Eles, como nós, são muito sensíveis aos sentimentos de amor e afeição.

Redação do Momento Espírita, com base em texto do livro
Mensagens de amor e amizade de Yitta Halberstam e
Judith Leventhal, ed. Butterfly e nos itens 484 a 488a de
O livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. Feb.
Em 09.02.2009.

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