sábado, 23 de janeiro de 2016

Realidade

No inter-relacionamento pessoal apresenta-se disfarçado, ora exigente em relação aos outros ou excessivamente severo para consigo mesmo, projetando os seu. O ego iludido busca sobreviver, utilizando-se de inúmeros mecanismos de fuga da realidade, e expressa-se usando variadas máscaras, a fim de não se deixar identificar.s conflitos ou introjetando as suas aspirações não realizadas. Subconscientemente possui conceitos incorretos sobre si mesmo, não se dispondo à coragem de enfrentar a realidade, superando-a, quando negativa, ou aprimorando- a, se favorável.

Fixando-se na ilusão dos conflitos, cuida de apresentar-se de forma conciliadora – a atitude subconsciente com o que gostaria realmente de ser e a aparência conveniente – expressando-se como pessoa feliz, realizada.

Em razão do desgaste dos valores éticos na sociedade, o medo de desvelar-se a outrem gera reações e subterfúgios, nos quais procura compensações psicológicas, que não são plenificadoras. Porque os seus alicerces são frágeis, logo ruem as construções de bem-estar que se aparenta possuir, tombando-se em angústias reprimidas e agressões, por transferência emocional, para compensação íntima.

Há uma gama expressiva de atitudes humanas que estão longe de serem legítimas e resultam de posturas opostas à sua realidade.

Ressalvadas algumas exceções, que ocorrem nos idealistas não apaixonados nem extremistas, a maioria dos que vociferam contra, seja o que for, mascara desejos subconscientes, que reprime por falta de valor moral para expressá-los com nobreza.

O indivíduo puritano, que fiscaliza a má conduta alheia, projeta o estado interior que procura combater noutrem, porque não se dispõe a fazê-lo em si.

O crítico mordaz, persistente, de olhar clínico para os erros e misérias dos outros, é portador de insegurança pessoal, mantendo um grande desprezo por si próprio e compensando-se na agressão.

Quem se identifica normalmente com as dores e aflições, a humildade exagerada, portanto inautêntica, exterioriza, inconscientemente, um estado paranoico, ao lado de insopitável desejo de chamar a atenção para si.

Aquele que sempre racionaliza todas as ocorrências, encontrando justificativas para os próprios insucessos e erros, teme-se, sem estrutura emocional para libertar-se dos conflitos.

Sem agressividade nem pieguismo, ou ânsia de confissões injustificáveis, desvela-te aos teus irmãos, aos teus amigos, a fim de que eles se descontraiam e se te apresentem como são.

Não pretendas ser o censor das vidas, perturbando os jogos das pessoas com a apresentação das tuas verdades. Se lhes tiras o suporte de sustentação, tens o que oferecer-lhes em termo de comportamento e segurança?

Vigia-te, pois, e descontrai-te, deixando-te identificar pelos valores grandiosos e pelas deficiências, assim facilitando aos que convivem contigo o mesmo ato de desvelamento e confiança.

Somente com pessoas que conhecemos, podemos sentir-nos realmente bem.

Divaldo Pereira Franco. Momentos de Saúde. Pelo Espírito Joanna de Ângelis.

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